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Açúcar. Sinaga. Em 2019 serão renovados contratos de 34 trabalhadores excedentários

O secretário Regional da Agricultura e Florestas dos Açores admitiu hoje, 10 de Outubro, em Ponta Delgada, que a Sinaga — Sociedade de Indústrias Agrícolas Açoreanas, detida pelo Executivo Regional, do sector do açúcar, deverá apresentar, em 2018, resultados operacionais positivos, o que acontecerá pela primeira vez nos últimos 15 anos de actividade, fruto da reestruturação em curso.

O governante diz que “em 2010, a alternativa à entrada da Região no capital da Sinaga era o encerramento da empresa”. E garante que, em 2019, serão renovados os contratos de 34 trabalhadores excedentários da fábrica já colocados em vários serviços da administração pública regional.

“No primeiro semestre de 2018 a Sinaga apresentava já um resultado operacional intercalar positivo de perto de 223 mil euros, face a cerca de 705 mil euros negativos no período homólogo de 2017, e um resultado líquido intercalar que aumentou em quase 900 mil euros no período em análise”, afirmou João Ponte, que falava na Comissão Eventual de Inquérito ao Sector Público Empresarial e Associações sem Fins Lucrativos Públicas.

“Inequívoca transparência” das contas públicas da Sinaga

O governante destacou que há uma “inequívoca transparência” das contas públicas da Sinaga, que os seus gestores disponibilizam de forma regular toda a informação sobre a sua gestão e que, até ao final do ano, período em que termina o actual mandato, é extemporâneo considerar qualquer alteração no número de administradores.

Por outro lado, João Ponte explicou que o plano de reestruturação da empresa, que o conselho de administração está a implementar, prevê a renegociação da dívida bancária e a alienação do património imobiliário sem interesse para a actividade da Sinaga, que se estima no seu conjunto que possa render cerca de 20 milhões de euros, valor suficiente para amortizar o passivo bancário.

Cultura da beterraba suspensa

Quanto à decisão de suspender a cultura da beterraba e, deste modo, assegurar o futuro da empresa, João Ponte disse ter sido uma opção “racional”, porque também assegurou a manutenção dos postos de trabalho, uma decisão que “permitirá, este ano, uma poupança de custos de cerca de 1,5 milhões de euros”.

Aos deputados, João Ponte reiterou que a aquisição de 51% da Sinaga pela Região em 2010, através da Ilhas de Valor, S.A., foi “transparente e cumpriu todos os requisitos legais”, pois resultou da uma deliberação do Conselho de Governo, precedida pelo visto prévio do Tribunal de Contas e suportada num estudo independente realizado pelo BES Investments, que apontava para a forte possibilidade de viabilização da fábrica.

Em 2010 a alternativa era o encerramento

“Em 2010, a alternativa à entrada da Região no capital da Sinaga era o encerramento da empresa e esse era um cenário inaceitável, pois perder-se-ia uma empresa industrial centenária, possuidora de uma marca prestigiada, e a totalidade dos postos de trabalho, que, na altura, eram 94”, disse João Ponte, garantindo que, em 2019, serão renovados os contratos de 34 trabalhadores excedentários da fábrica já colocados em vários serviços da administração pública regional.

Para o titular da pasta da Agricultura, houve um conjunto de factores exógenos que condicionaram muito negativamente a actividade da Sinaga, desde logo pela pouca adesão dos agricultores à produção de beterraba, a crise dos mercados financeiros e dívidas soberanas, a subida do preço dos combustíveis, a evolução do mercado internacional do açúcar, as condições climatéricas que afectaram a produtividade e a polarização, bem como a degradação das instalações, que limitaram muito o rendimento das operações de laboração e refinação.

Acresce a existência de processos judiciais que não era previsível quando a Região entrou no capital da empresa, bem como o fim do regime de quotas açucareiras em Setembro de 2017.

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