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Acréscimo contesta estudo do Observatório Técnico Independente sobre biomassa para energia. Diz que “serve lobby industrial”

A direcção da Acréscimo – Associação de Promoção ao Investimento Florestal contesta o estudo do Observatório Técnico Independente sobre biomass para energia. E diz que serve o “lobby industrial”.

Em comunicado, a Associação refere que o Observatório Técnico Independente, criado na Assembleia da República, tornou público, em Abril último, um “estudo técnico” intitulado “Redução do risco de incêndio através da utilização de biomassa lenhosa para energia”. “O documento, voluntária ou involuntariamente, presta-se a servir interesses do lobby da bioenergia. Esta indústria é fortemente subsidiada, tem forte impacte na perda de biodiversidade, de solos, de postos de trabalho no sector silvo-industrial, e contribuiu para o acréscimo de emissões atmosféricas de dióxido de carbono”.

“Não nos parece transparente, menos ainda justificada a independência deste estudo do Observatório, com a opção claramente direccionada que adopta para a redução do risco de incêndio”

Para a Acréscimo, “foi com estranheza” que tomou conhecimento desta iniciativa do Observatório Técnico Independente (OTI). “Ao contrário de relatórios anteriores, de análise, acompanhamento e avaliação dos incêndios florestais e rurais que ocorram no território nacional, desta vez o OTI desenvolveu um documento indutor de uma área de negócio em concreto, num domínio onde várias intervenções técnicas são possíveis, em alternativa ou em complementaridade à queima”.

Associação disponibiliza-se para análise e avaliação mais exaustiva

Independente de uma análise e avaliação mais exaustiva, para a qual a Acréscimo já se disponibilizou junto da Comissão Parlamentar de Agricultura e Mar, a associação destaca três fragilidades maiores deste estudo técnico.

Em primeiro lugar, a direcção da associação diz que o documento apresentado demonstra “ignorar o Relatório, de Junho de 2013, desenvolvido no âmbito da Comissão de Agricultura e Mar, sobre a solução que agora privilegia para a redução do risco de incêndio, ou seja, a queima de biomassa florestal”.

“Com certeza, todo o esforço desenvolvido pela Comissão, em múltiplas horas de redacção e de audições, deveria merecer uma análise por parte do OTI, mais ainda, quando o documento de 2013 revela preocupações sobre a queima de material lenhos para a produção de energia”, salienta a Acréscimo.

Em segundo lugar, aqueles responsáveis dizem que o documento do OTI, enquanto estudo técnico, “falha na não justificação da opção que adopta, pela ausência de comparação com medidas alternativas ou complementares, para o fim em causa – a redução do risco de incêndio florestal e rural. Isto, quer no que respeita a alternativas que envolvam outras áreas de negócio, nos sectores energético ou silvo-industrial, quer no que respeita a medidas complementares de política florestal, de desenvolvimento rural e de ordenamento do território, entre outras”.

Por fim, acrescenta a direcção da associação que o documento do Observatório, ao apresentar recomendações para a definição de medidas de política, “evidencia uma enorme fragilidade. Com efeito, o estudo em causa não só não se faz acompanhar de uma análise financeira, mínimo essencial para consolidar uma tomada de decisão política, como carece ainda de análise nos domínios económico, ambiental, social e institucional”.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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