O ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, diz que os produtores de azeite devem diversificar os seus destinos de exportação para escoar a produção que atingiu, em 2016, o terceiro valor mais elevado em 100 anos. As apostas vão para os Estados Unidos e a China.
Capoulas Santos, que falava aos jornalistas após visitar a V Bienal do Azeite, em Castelo Branco, sublinhou que é necessário continuar a procurar mercados para escoar a produção, que é absorvida a nível externo, em quase dois terços, pela Espanha e pelo Brasil.
“Temos de diversificar mercados”, afirmou, apontando os Estados Unidos como “um mercado apetecível”, embora as exigências técnicas impeçam actualmente as exportações portuguesas de azeite, e realçando o potencial da China, para onde Portugal já comercializa azeite.
Apesar do aumento da produção, as estatísticas mostram que o consumo de azeite em Portugal recuou ligeiramente no ano passado, uma diminuição que o ministro da Agricultura considerou “conjuntural”, embora tenha admitido a necessidade de apostar na promoção das qualidades nutricionais desta gordura saudável, interna e externamente.
Preço aumenta 20% com qualidade
Questionado sobre as razões do aumento do preço do azeite, que disparou quase 20% em 2015, Capoulas Santos referiu que está provavelmente relacionado com “um maior reconhecimento da qualidade” deste tipo de produtos, segundo a Confagri – Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas de Portugal, que cita a Lusa.
Aquele governante destacou ainda que o Governo tem como objectivo equilibrar a balança comercial agrícola, em valor até 2021, para o qual contará com os fundos da União Europeia, através do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR 2020).
Outro dos objectivos do Governo passa pela instalação de 10 mil novos jovens empresários agrícolas até 2020, para contrariar o envelhecimento da população que se dedica a esta actividade e que coloca Portugal no topo dos países da União Europeia com maior percentagem de agricultores com mais de 65 anos.
A V Bienal do Azeite ocorreu entre 1 e 3 de Julho, em Castelo Branco e envolveu todas as regiões produtoras de azeite e demais intervenientes da fileira. O certame acolheu cerca de 180 expositores e foi organizado pela Câmara Municipal de Castelo Branco, em parceria com a Associação de Produtores de Azeite da Beira Interior (APABI), a Casa do Azeite e a Confraria do Azeite.
Agricultura e Mar Actual