Atendendo à situação da Gripe Aviária na União Europeia, em particular à ocorrência desde o início do mês de Novembro de vários focos de Gripe Aviária de Alta Patogenicidade (GAAP) em vários Estados-membros, a Direcção Geral de alimentação e veterinária (DGAV) emitiu uma nota informativa para as aves de capoeira e uma nota informativa para as aves selvagens com as medidas preventivas para evitar a introdução do vírus da GA em território nacional.
“Estas medidas dizem respeito à adequada aplicação das medidas de biossegurança, bem como à necessidade de um estado de alerta acrescido em relação a quaisquer sinais que façam suspeitar da doença”, diz a DGAV, que realça que “qualquer suspeita deverá ser de imediato notificada” aos seus Serviços Regionais.
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32 focos de doença
Diz a nota da DGASV que desde o dia 28 de Outubro, que têm surgido vários focos de Gripe Aviária de Alta Patogenicidade (GAAP) subtipo H5N8 em aves selvagens e domesticas. Até à data ocorreram 32 focos em aves domésticas em vários estados membros (Alemanha, Áustria, Dinamarca, Holanda, Hungria e Suécia) e 130 notificações em aves selvagens, abrangendo um total de 707 aves afectadas, nos seguintes Estados-membros (Alemanha, Áustria, Croácia, Dinamarca, Finlândia, França Holanda, Hungria, Suécia, Suíça, Polónia e Roménia).
Nas aves domésticas o serotipo H5N8 causa sinais clínicos e mortalidades variáveis (de elevada a moderada) em perus (mortalidade 6-10%), reprodutores Gallus gallus (mortalidade 10-100%), galinhas poedeiras, pombos, patos (mortalidade 5-70%) e gansos (alta mortalidade). Têm sido referidas como possíveis fontes de infecção contactos com as aves selvagens e com explorações de aves afectadas com o H5N8.
Esta situação levou as autoridades veterinárias dos Estados-membros afectados a implementar as medidas de controlo previstas na Directiva 2005/94/CE, de 20 de Dezembro, que incluem a ocisão e destruição da totalidade das aves existentes nas explorações avícolas afectadas. A Comissão Europeia já fez aprovar as diversas Decisões com a delimitação das zonas de protecção e vigilância em diversos EM afectados.
Face ao actual contexto na Europa e tendo em conta o elevado risco entende a Direcção Geral de Alimentação e Veterinária solicitar aos produtores, comerciantes, industriais, integradores, transportadores, médicos veterinários a todos os que lidam com aves de capoeira que protejam os efectivos avícolas do contacto com aves selvagens e seus dejectos e que reforcem as seguintes medidas:
– Correta aplicação das medidas de biossegurança nas explorações, nos centros de agrupamento, entrepostos e Feiras de Mercados Rurais nomeadamente: –
- Manter a integridade dos dispositivos de proteção contra a entrada de aves selvagens e de roedores;
- Proteger os alimentos e as camas dos efetivos avícolas do contacto com aves selvagens e roedores e evitar o uso de bebedouros e comedouros nos parques exteriores a que têm acesso as aves criadas em regimes especiais;
- Proceder à limpeza e desinfeção de todos os locais, veículos, equipamentos e utensílios;
- Não utilizar o vestuário e calçado que utiliza na sua exploração, noutras explorações avícolas ou noutras atividades como por exemplo na caça ou agricultura.
- Evitar contactos com aves de outras explorações de aves de capoeira ou criação de outras aves e exigir garantias sanitária aquando da aquisição de aves vivas ou de ovos de incubação;
- Limitar o acesso às explorações apenas a pessoas e veículos estritamente indispensáveis;
- Encaminhar e destruir os subprodutos animais em conformidade com o Regulamento n.º 1069/2009 de 21 de outubro;
- Manter os registos das explorações completos e actualizados.
Altamente contagiosa
A Gripe Aviária é uma doença extremamente contagiosa causando nas aves elevada mortalidade, diz a DGAV. Os vírus sofrem contínuas alterações genéticas e podem adaptar-se a novos hospedeiros, podendo colocar sérios riscos variáveis e imprevisíveis na saúde pública e animal.
As infecções pelos vírus da gripe aviária dividem-se em dois grupos com base na sua patogenicidade: gripe aviária de alta patogenicidade (GAAP), que se dissemina rapidamente, causando doença grave com mortalidade elevada (até 100% no prazo de 48 horas) e gripe aviária de baixa patogenicidade (GABP) que geralmente causa doença ligeira e que pode facilmente passar despercebida.
“Não há nenhuma evidência epidemiológica em que a gripe aviária possa ser transmitida aos seres humanos através do consumo de alimentos, nomeadamente de carne de aves de capoeira e ovos”, refere aquela Direcção.
Agricultura e Mar Actual