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Regantes criam nova ferramenta para optimizar uso da água e da energia na agricultura

Os parceiros do projecto AGIR estão a desenvolver um sistema de avaliação de desempenho da eficiência do uso da água e da energia nas redes de transporte e distribuição de água para agricultura, que ajudará as entidades gestoras dos perímetros de rega públicos a tomar decisões fundamentadas sobre investimentos de modernização e gestão das infra-estruturas.

O projecto centra-se no estudo de casos-piloto de três aproveitamentos hidroagrícolas – Odivelas, Vigia (ambas no Alentejo) e Vale do Sorraia (no Ribatejo) –, a partir do qual está a ser desenvolvida uma matriz de avaliação universal.

Nos primeiros dois anos do AGIR, e na sequência do diagnóstico realizado, estas entidades aferiram perdas de água em canais e hidrantes; investiram em programas de tele-gestão para controlo da distribuição de água e na melhoria da automatização das estações elevatórias, entre outras medidas.

Os resultados preliminares do projecto apontam para a necessidade de reabilitar as infraestruturas, investir na manutenção dos equipamentos de medição e melhorar o controlo operacional da rede de distribuição de água.

Manual de Boas Práticas de Rega

Ao nível da parcela agrícola estão a ser identificados factores críticos de intervenção e serão feitas recomendações para melhorar os sistemas de rega e o uso da água e da energia (dimensionamento ou reconversão de sistemas, alterações nas dotações e intervalos de rega). Do projecto resultará um Manual de Boas Práticas de Rega destinado aos agricultores.

“O AGIR é uma porta que se abre para uma mudança de paradigma na forma de avaliar o desempenho dos sistemas de rega em Portugal. Esta ferramenta pode vir a ser usada no apoio à definição de políticas públicas”, explica Helena Alegre, responsável do LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil, um dos parceiros do AGIR.

Na opinião de Cláudia Brandão, chefe da Divisão de Infraestruturas Hidráulicas da Direcção de Serviços do Regadio da Direcção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, entidade que tutela o regadio público em Portugal, “este sistema de avaliação será uma ferramenta importante para desenvolver uma agricultura sustentável, porque contribui para preservar os recursos – água e solo -, valorizando as boas práticas e os investimentos no regadio”.

Empenho do sector agrícola no regadio eficiente e sustentável

Para a Fenareg — Federação Nacional de Regantes de Portugal, entidade que coordena este Grupo Operacional, “o protejo AGIR vem demonstrar o empenho do sector agrícola em praticar um regadio eficiente e sustentável, dando o seu contributo para que Portugal atinja as metas de descarbonização propostas pelo Governo e pela União Europeia”, afirma Carina Arranja, secretária-geral da Fenareg.

Projecto AGIR

O projecto AGIR teve início em 2017, com duração de 3 anos, sendo financiado pelo PDR 2020, na Operação 1.0.1 – Grupos Operacionais.

Da parte da investigação participam neste Grupo Operacional: LNEC, Universidade de Évora, Instituto Politécnico de Setúbal; Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária; Centro Operativo e de Tecnologia de Regadio. Estão envolvidas 3 entidades gestoras de Aproveitamentos Hidroagrícolas: ABORO – Associação de Beneficiários da Obra de Rega de Odivelas; ARBVS – Associação de Regantes e Beneficiários do Vale do Sorraia e ABOVIGIA – Associação de Beneficiários da Obra da Vigia – e 3 agricultores: Sociedade Agrícola Bico da Vela II; AGRO-VALE Longo e Mencoca Agricultura.

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