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Quercus alerta: Vespa Asiática avistada em Ovar

A Quercus e a Associação Amigos do Cáster informam que muito recentemente foi descoberto por populares um ninho de Vespa Asiática no centro de Ovar. Este ninho encontrava-se no alto de um cedro, numa casa devoluta localizada junto ao Hotel Meia-Lua e foi destruído pela Câmara Municipal de Ovar na passada segunda feira dia 10 de Outubro.

“Uma vez que durante o ano de 2016 foram destruídos 20 ninhos, de acordo com informação cedida pelo município, consideramos importante a vigilância da população para este problema dadas as possíveis consequências na segurança pública e certas as repercussões no ambiente, na produção de mel e na produção agrícola”, afirma a Quercus em comunicado.

A associação ambientalista acrescenta que a detecção ou a suspeita de existência de ninho ou de exemplares de Vespa Asiática vespa velutina nigrithorax deverá ser comunicada para uma das seguintes instâncias, o portal www.sosvespa.pt, a linha SOS Ambiente (808 200 520), a Câmara Municipal de Ovar ou a Junta de Freguesia mais próxima do local.

A população “deve estar atenta não apenas à ocorrência de ninhos. Também se deve preocupar com a sua destruição. Por conveniência ou desconhecimento, é frequente destruírem-se ninhos de vespa crabro, espécie tradicional desta região, que compete com a vespa asiática dificultando a sua disseminação. Este facto não pode acontecer. A responsabilidade de destruir ninhos de vespas cabe exclusivamente à Câmara Municipal de Ovar e à Protecção Civil. Pessoas ou entidades não credenciadas para o efeito devem ser denunciadas para a linha SOS Ambiente”, realça a Quercus.

Como identificar

vespa_velutina-03A Vespa velutina é uma vespa de grandes dimensões. A cabeça é preta com face laranja/amarelada. O corpo é castanho-escuro ou preto, aveludado, delimitado por uma faixa fina amarela e com um único segmento abdominal amarelado-alaranjado, o que torna difícil de a confundir com qualquer outra espécie. As asas são escuras e as patas castanhas com as extremidades amarelas.

O tamanho da Vespa velutina varia de acordo com o alimento, o lugar e a temperatura, sendo contudo uma das maiores espécies de vespas. A rainha pode ter até 3,5 cm.

Os ninhos, constituídos por fibras de celulose mastigadas, têm uma forma redonda ou em pêra, com uma abertura semelhante a uma saída lateral, podendo atingir um metro de altura e cerca de 50-80 cm de diâmetro, e são geralmente construídos em árvores com alturas superiores a 5 metros. Cada ninho pode albergar cerca de 2 000 vespas.

Introdução da espécie na Europa e em Portugal

Segundo o ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, a introdução da Vespa Asiática involuntária na Europa ocorreu em 2004 no território francês, tendo a sua presença sido confirmada em Espanha em 2010, em Portugal e Bélgica em 2011 e em Itália em finais de 2012. Esta infestação tem progredido a grande velocidade de norte para sul de Portugal. Inicialmente só ocorriam colónias no norte de Portugal, nomeadamente no Minho, actualmente já ocorrem com muita frequência na região de Aveiro.

Esta introdução tem impacto negativo na apicultura, produção agrícola, na segurança pública e no ambiente.

Na segurança pública, diz a Quercus, embora não sendo mais agressiva para o ser humano do que a vespa autóctone, reage de forma bastante agressiva às ameaças ao seu ninho; perante uma ameaça ou vibração a 5 metros, produz-se uma resposta de grupo que pode perseguir a fonte da ameaça durante cerca de 500 metros. Além disso, o grande tamanho que podem atingir os ninhos e em algumas ocasiões a sua localização em zonas urbanas ou periurbanas, podem resultar em maior risco para os cidadãos.

No ambiente, é uma espécie invasora, predadora natural das abelhas e outros insectos, o que pode eventualmente originar a médio prazo impactos significativos na biodiversidade, em particular nas espécies de vespas nativas e nas populações de outros insectos. Como efeitos colaterais da diminuição insectos autóctone (nativos), pode ocorrer uma menor polinização de espécies da vegetação natural ou cultivada, diminuindo também a biodiversidade vegetal.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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