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Práticas culturais e Pragas e doenças na cultura do marmeleiro (Parte II)

Artigo de opinião do site A Cientista Agrícola

Autores do artigo:

 

Pedro Moreira Dias ,UTAD,  email: pmdias.29@gmail.com  ;

 

 

 

Nelson Araújo Maciel, UTAD, email: nelsonmaciel94@gmail.com

 

Práticas culturais e Pragas e doenças na cultura do marmeleiro

No que diz respeito à fertilização dos pomares de marmeleiros não existem ensaios que possibilitem a realização de recomendações, isto para Portugal (Veloso, 2016).

Porém, segundo InfoAgro (2018), podem ser utilizados fertilizantes orgânicos, fosfatados e potássicos contudo as doses a aplicar devem reduzidas e equilibradas.

Em termos de rega, no pomar do Centro Hortofrutícola da ESAB utiliza-se o sistema gota-a-gota com uma dotação anual de 1800 a 2250 m3/ha e a aplicação de fertilizantes é realizada por fertirrega (Voz do Campo, 2018).

Para o controlo das infestantes a prática mais comum é a aplicação de herbicidas de contacto na linha enquanto que na entrelinha se recorre a destroçadores (Voz do Campo, 2018).

Quanto à poda, no período de formação da planta para a forma de condução pretendida, em geral é em vaso, esta deve ter como objectivo o aumento do vigor e o equilíbrio da copa (InfoAgro, 2018).

cultura do marmeleiro pragas e doenças

A poda de frutificação normalmente é realizada no fim de Dezembro a meio de Janeiro essencialmente para “rebaixar a árvore” e retirar ramos que possam causar sombreamento e tem o objectivo de fomentar o desenvolvimento dos ramos do ano que serão os responsáveis por grande parte da produção (Voz do Campo, 2018).

As principais pragas do marmeleiro são os afídeos (Aphis pomi De Geer), o bichado-da-fruta (Cydia pomonella Linnaeus) e a mosca do mediterrâneo (Ceratitis capitata Wied) sendo esta última a que mais prejuízos tem causado principalmente na cultivar Portugal (Voz do Campo, 2018).

Nas doenças, a que causa maior preocupação é a entomosporiose provocada por um fungo (Entomosporium maculatum Lév.) e cujos sintomas são anéis necróticos nas folhas, frutos e ramos.

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Colheita e Utilizações na cultura do marmeleiro

A colheita do marmelo é realizada manualmente quando os frutos estão maduros.

A sua maturação é reconhecida pelo odor que os frutos emitem e pela queda dos pelos que o envolvem. É difícil obter rendimentos elevados devido ao facto de ser pouco produtiva (InfoAgro, 2018).

Em Portugal, a cultivar Gigante de Vranja é colhida a partir da segunda quinzena de Setembro e a Portugal a partir de início de Outubro com produtividades médias de 18,5t/ha e 12 t/ha, respectivamente (Voz do campo, 2018).

Não é comum o seu consumo em fresco devido à sua dureza, sabor áspero, acidez e adstringência (Voz do Campo, 2018) e a sua polpa é facilmente oxidada resultando no seu escurecimento (Serralves, 2018) sendo que as suas principais utilizações são para a produção de compotas, geleias e marmelada.

É de salientar a sua apetência para produtos medicinais, prática comum nos povos árabes (Voz do Campo, 2018).

Pode ser usada como ornamental e a sua madeira pode ser usada na marcenaria e carpintaria (InfoAgro, 2018).

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Conclusões

Em suma pode-se concluir que o marmeleiro encontra em Portugal as condições ideais para a sua instalação tal como referido ao longo do trabalho, o marmeleiro acompanha por excelência as zonas vitícolas, muito comuns no nosso território, adaptando-se aos solos tipicamente ácidos e franco-argilosos e reduzida exigência em horas de frio podendo ser cultivado em regiões como o Alentejo.

Porém existe falta de informação e investigação sobre esta cultura em Portugal aliando-se à exigência necessária em equipamentos e instalações para o seu processamento visto que o marmelo não é habitualmente consumido em fresco.

Salienta-se a adaptação desta cultura a Portugal e a elevada diversidade de produtos obtidos nesta cultura citando-se a dupla aptidão para produção de fruto e para madeira o que possibilita a sua utilização para produtos conservados como marmeladas e geleias, perfumes e as árvores em queda de produção para carpintaria e marcenaria. Sendo que esta uma forma de optimizar os lucros obtidos e contribuindo para uma agricultura mais sustentável.

Veja a primeira parte deste artigo aqui.

Referências
Quinta dos cômoros, viveiros, Marmeliros, http://www.viveiroscomoros.pt/arvore/marmeleiros/(consultado em 18 de março de 2018)
Mitra Nature, Universidade de Évora, Cydonia oblonga Mill, http://www.mitra-nature.uevora.pt/Especies-e habitats/Plantas/Lenhosas/Arbustos-e-Lianas/Rosaceae/Cydonia-oblonga (consultado em 5 de março de 2018)
Serralves, Cydonia oblonga Mill, http://serralves.ubiprism.pt/species/show/971 (consultado
em 5 de março de 2018)
Dall’Orto F. Marmeleiro, Propagação semenífera, citogenética e radiossensitivdade- bases ao melhoramento genético e a obtenção de obtenção de porta-enxertos, Piracicaba,
1982. 160p.
Infoagro, EL CULTIVO DEL MEMBRILLO, infoagrohttp://www.infoagro.com/frutas/frutas_tradicionales/membrillero.htm
(consultado em 28 de março de 2018)
Regato, M.D.; Guerreiro, I.D. Manuela; Regato, JE. 2018. Marmeleiro. Alentejo é uma das zonas de expansão da cultura. Voz do Campo http://vozdocampo.pt/2017/04/18/marmeleiro-alentejo-das-zonas-expansao-da-cultura/(consultado em 21 de abril de 2018)
Faostat, Quince 1996- 2016 World+total, http://www.fao.org/faostat/en/#data/QC/visualize(consultado em 27 de abril de 2018)
Faostat, Quince 1996- 2016 Portugal, http://www.fao.org/faostat/en/#data/QC/visualize(consultado em 27 de abril de 2018)
Veloso, A. (maio de 2016). A análise de terras e a análise foliar na fertilização do marmeleiro.Vida Rural, pp. 34-35.

A Cientista Agrícola

 
       
   
 

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