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Lesma marinha sobrevive meses sem alimento à custa dos cloroplastos das algas

Há espécies de lesmas-do-mar que se alimentam de algas e que conseguem reter essas estruturas e de as usar em benefício próprio. Conseguem assim obter compostos orgânicos através da fotossíntese e sobreviver sem alimento durante várias semanas ou meses. A prova foi dada por uma equipa internacional que inclui investigadores da Universidade de Aveiro (UA), através de um estudo publicado na Scientific Reports, pelos investigadores Paulo Cartaxana e Sónia Cruz, do Departamento de Biologia (DBio) e do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) da UA, em co-autoria com a Universidade de Copenhaga.

Um grupo restrito de lesmas marinhas é capaz de digerir as macroalgas de que se alimenta ao mesmo tempo que integra os cloroplastos nas suas próprias células. O processo é designado cleptoplastia (do grego “kleptein” – roubar) e os cloroplastos roubados designados “cleptoplastos”, explica fonte institucional da Universidade de Aveiro.

“Evolutivamente, esta capacidade surgiu muito provavelmente como camuflagem para reduzir a predação uma vez que confere a estas lesmas a coloração verde típica das algas que constituem o seu habitat. No entanto, em algumas espécies, o facto de os cloroplastos se manterem funcionais faz com que estes animais possam obter compostos orgânicos através da fotossíntese e sobreviver sem alimento durante várias semanas ou meses”, adianta a mesma fonte.

Sem comida, fotossíntese

Segundo aqueles investigadores, o estudo vem mostrar que em períodos de escassez de alimento a fotossíntese dos cleptoplastos é importante para a sobrevivência da Elysia viridis, uma espécie de lesma marinha abundante na costa portuguesa.

O trabalho foi desenvolvido no âmbito do projecto “HULK-Cloroplastos Funcionais dentro de Células Animais: Resolvendo o Enigma”. O projecto resulta de uma colaboração com instituições em Portugal (Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e a Universidade Lusófona), Dinamarca (Universidade de Copenhaga), França (Museu de História Natural de Paris) e Suíça (Escola Politécnica Federal de Lausanne).

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