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Foto: João Paulo Dias

IVV espera aumento de 10% na produção de vinho com Douro e Dão a liderarem

O IVV – Instituto da Vinha e do Vinho estima que a produção de vinho na campanha 2017/2018 atinja um volume de 6,6 milhões de hectolitros, o que se traduz num aumento de 10% relativamente à campanha 2016/2017.

Na sua nota “Previsão de Colheita – Campanha 2017/2018”, o Instituto diz que o acréscimo global de produção, em relação à campanha anterior, é sustentado pela maioria das regiões vitivinícolas, à excepção das regiões Terras da Beira e Terras de Cister. Nas regiões do Alentejo e dos Açores não se prevê variação.

É nas regiões do Douro e Porto e Terras do Dão, onde se antecipam os maiores crescimentos de produção (+20%), face à campanha anterior.

Na região do Minho é esperado um aumento de produção de 15%, fruto das condições climáticas favoráveis no período da floração, que promoveram o vingamento, na maior parte das castas. Não há registo de ataques graves de doenças ou de pragas pelo que se espera uma boa qualidade das uvas. O ciclo da videira está avançado cerca de 10 a 15 dias, relativamente a um ano normal.

Já na região de Trás-os-Montes a previsão aponta para um acréscimo na produção de 15%. A reduzida precipitação verificada, sobretudo na sub-região do Planalto Mirandês, está a afectar algumas vinhas, que começam a evidenciar sintomas de stress hídrico. Em relação à qualidade das uvas, o IVV perspetiva um ano de vinho de boa qualidade.

Quanto à região do Douro e Porto é esperado um aumento de produção (+20%). Pontualmente, nas zonas altas da Região do Douro, ocorreram geadas no final do mês de Abril, e ainda a queda de granizo. As uvas apresentam-se em bom estado fitossanitário sem problemas de míldio nem de oídio. A próxima vindima, pode ser antecipada duas a três semanas.

Beira Atlântico a crescer 17%

Para a região da Beira Atlântico o IVV prevê um crescimento da produção em 17%. As vinhas apresentam um bom desenvolvimento vegetativo, estando adiantadas em cerca de 2 semanas face à campanha passada. A escassez de água já evidente em algumas parcelas poderá trazer algumas limitações.

Na região Terras do Dão a previsão aponta para um acréscimo da produção na ordem dos 20%. O abrolhamento das videiras foi mais precoce que o normal, com um desenvolvimento vegetativo rápido nos meses de Abril e Maio, devido às temperaturas amenas a elevadas. Até ao momento não se detectam problemas sanitários, estando as uvas sãs, pelo que se prevê uma boa qualidade das mesmas.

Na região Terras da Beira prevê-se uma quebra na produção de 20%. A perda de produção foi devida essencialmente a geada tardia no início de maio e também ao escaldão das uvas.

Quanto à região Terras de Cister espera-se uma diminuição de 5% na produção, influenciada pela ocorrência de geadas e quedas de granizo pontuais, no final do mês de Abril. Relativamente à estimativa da qualidade das uvas, perspectiva-se um ano favorável.

Na região do Tejo o IVV prevê um ano de aumento de produção (+10%). O ano seco e quente permitiu que as uvas estejam em excelente estado sanitário e com boa qualidade. Nalgumas zonas, verificou-se a ocorrência de escaldão.

Por sua vez, na região de Lisboa é esperado um aumento de 10%. Não se observaram complicações ao nível das doenças da vinha. O desenvolvimento vegetativo deverá estar 10 a 15 dias mais avançado. Em termos qualitativos deverá ser um ano bom.

Já na região da Península de Setúbal é esperado um aumento de produção de 5%. Em meados de Junho, as temperaturas altas juntamente com o vento e o défice hídrico elevado, ocasionaram escaldão da uva em algumas vinhas com orientação Sul/Norte. No geral as uvas apresentam-se sãs e sem sinais de ataques de pragas ou doenças, pelo que se antevê um bom ano em termos de qualidade.

Alentejo estável

Na região do Alentejo prevê-se uma produção, em volume, equivalente à campanha passada. No geral, as uvas apresentam-se em boas condições não havendo registo da presença das principais doenças (míldio e oídio). As pragas estão controladas pelas estratégias de protecção adoptadas. Nesta altura, existe alguma antecipação da fase do pintor, pelo que se perspectiva um adiantamento da data de vindima.

Na região do Algarve a previsão de produção aponta para um aumento de 15%. O Inverno e Primavera caracterizaram-se por uma baixa pluviosidade e alguma humidade relativa, conduzindo a um bom desenvolvimento vegetativo das videiras. Considerando o bom estado sanitário das uvas, bem como o avançado estado de maturação, tudo aponta para uma produção de elevada qualidade.

Para a região da Madeira estima-se um aumento de produção de 12%. Na generalidade as vinhas apresentam um bom estado fitossanitário. O desenvolvimento das mesmas está adiantado em relação ao ano passado em cerca de 1 semana na costa Sul, e 3 semanas na costa Norte. O IVV perspectiva uma boa vindima ao nível qualitativo.

Por fim, na região dos Açores a previsão global é de uma produção semelhante à campanha passada. As condições climáticas foram desfavoráveis no início da floração e na alimpa, no entanto, no geral, as uvas apresentam uma boa condição fitossanitária, prevendo-se uma qualidade média.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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