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ISQ desenvolve parceria com a EDIA para promover economia circular no Alqueva

O ISQ está a desenvolver em parceria com a EDIA — Empresa de Desenvolvimento e Infra-Estruturas do Alqueva o projecto URSA — Unidades de Recirculação de Sub-produtos de Alqueva, encontrando-se em curso a implementação de uma unidade experimental na Herdade da Abóbada, localizada no Concelho de Serpa, na região do Baixo Alentejo.

O projecto URSA consiste na implementação de um modelo de negócio inovador e disruptivo, baseado na permuta de sub-produtos agrícolas por fertilizante orgânico para utilização agronómica pelos agricultores, materializando a economia circular no contexto agrícola, com benefícios ambientais directos e indirectos.

Poupados 100 kg de adubos minerais

“Por cada tonelada de sub-produtos que o projecto URSA valorizar serão poupados 100 kg de adubos minerais (10 kg de azoto), 100 m3 de gás natural, 28.670 litros de água e 750kg de CO2. Serão igualmente produzidos a mais 100kg de azeitona ou 200 kg de milho”, explica Cristina Ascenço, gestora de projecto ISQ.

Este projecto apresenta uma estrutura assente no uso eficiente de recursos, nomeadamente na protecção do solo e da água, e na valorização de resíduos/sub-produtos, contribuindo para acelerar a transição para a economia circular, através de uma agricultura em linha com os princípios deste novo paradigma.

Pretende o projecto criar uma constelação de unidades de valorização de sub-produtos por compostagem, que produzam um fertilizante orgânico, entregue aos agricultores em troca dos seus sub-produtos agrícolas, para aplicação nas suas culturas, contribuindo para o incremento da fertilidade do solo e sua reabilitação como barreira filtrante. Desta forma, promove-se a qualidade da água e a sustentabilidade do regadio.

Estreitar a colaboração com os agricultores

“Esta solução contribuirá para estreitar a colaboração com os agricultores, uma vez que a entrega de subprodutos orgânicos para compostagem está dependente da sua adesão ao projecto. Neste sentido, prevê o estabelecimento de formas de reforço desta adesão, quer seja por via de apoios directos à recolha dos subprodutos, quer seja através do fornecimento de composto orgânico ou através da redução de alguns custos de produção associados à redução da pegada ambiental e hídrica”, sublinha Cristina Ascenço.

O URSA foi aprovado pelo Fundo Ambiental Português no seu programa “Apoiar a Transição para uma Economia Circular” e visa a criação de um conjunto de unidades de recolha, tratamento e transformação de subprodutos agrícolas em correctivo orgânico para aplicação no solo.

Estas unidades pretendem devolver ao solo os nutrientes que são retirados através da agricultura, reduzindo deste modo as necessidades de adubação, o que permite aumentar a rentabilidade das culturas, potenciando em simultâneo a melhoria do solo e das suas funções filtradoras. Contribui-se assim para uma melhoria da qualidade da água utilizada pelo EFMA — Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva.

Utilização agrícola de composto como fertilizante

A existência de uma zona de regadio com a dimensão do EFMA, cerca de 120.000 hectares, cuja monitorização indica teores de matéria orgânica no solo inferiores a 1%, mas da qual poderão resultar anualmente cerca de 500.000 toneladas de sub-produtos agrícolas ou agro-industriais, robustece a viabilidade do processo de valorização orgânica e utilização agrícola de composto como fertilizante para melhoria do desempenho ambiental do regadio.

No contexto do Projecto está em fase de implementação a primeira destas unidades, a estrela polar e guia do projecto, a qual se localizará na margem esquerda do Rio Guadiana, inserida na Herdade da Abóbada (Município de Serpa, Distrito de Beja), uma exploração do Estado onde funciona o Centro Experimental do Baixo Alentejo. Esta unidade servirá como unidade industrial demonstrativa do processo de valorização orgânica.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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