Encontrar micróbios eficazes para a obtenção de metais, nomeadamente Tungsténio, Telúrio e Gálio, que possam vir a ser utilizados em resíduos mineiros, transformando os resíduos num recurso valioso, é o objectivo do projecto internacional BioCriticalMetals, que junta 28 investigadores e indústria mineira de vários países.
O projecto, que envolve a recolha de micróbios em várias minas de Portugal e Argentina, é lançado na próxima segunda-feira, dia 6 de Junho, em Coimbra, numa reunião a decorrer no Auditório do Edifício Central da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), com a presença de todos os parceiros do consórcio.
Paula Morais, coordenadora do projecto, explica que o BioCriticalMetals foca-se em “encontrar alternativas aos processos químicos de obtenção de metais, desenvolvendo processos verdes baseados na actividade biológica, ou seja, utilizar microrganismos eficazes para a captação de metais pesados”.
A investigadora da FCTUC adianta que a equipa de cientistas já identificou um conjunto de micróbios com “potencial, mas queremos recolher e explorar mais espécies, com o objectivo de desenvolver biossensores para detectar e biofiltros para obter/recuperar metais críticos, tema que se enquadra dentro de um dos pilares europeus de desenvolvimento de estratégias alternativas para as matérias-primas”.
Processo barato
Esta abordagem biotecnológica, proposta pela equipa que integra a EDM – Empresa de Desenvolvimento Mineiro, a Beralt Tin e a Geoplano, é “relativamente barata e de simples aplicação” afirma Paula Morais, que descreve ainda como vai decorrer a investigação, com a duração de três anos: “a partir de organismos microbianos recolhidos em resíduos de minas, vamos isolar os que se apresentem com mais interesse, estudar os seus mecanismos genéticos e, se necessário, modifica-los para o desenvolvimento de bioferramentas (micro-mineiros) que serão depois testadas em ambientes diversificados”.
Agricultura e Mar Actual