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GelAvista pede ajuda na monitorização de organismos gelatinosos em toda a costa

O GelAvista, programa responsável pela monitorização dos organismos gelatinosos em toda a costa portuguesa, coordenado por Antonina dos Santos e o seu grupo de investigação no IPMA – Instituto Português do Mar e da Atmosfera, está a pedir a colaboração de todos para a monitorização daqueles seres.

Aqueles especialistas no estudo da ecologia destes animais encontram-se a monitorizar o bloom de organismos gelatinosos que ocorreu ao longo de toda a costa, com maior impacto no Norte do País, nas últimas duas semanas.

A espécie que está a ocorrer com maior abundância é a Velella velella, uma pequena e inofensiva medusa. “Este bloom é um fenómeno natural e normal para esta altura do ano”, diz fonte do IPMA.

O GelAvista conta assim com a colaboração de todos os cidadãos com o envio de informação do avistamento (data, local, número de organismos e fotografia, se possível) para plancton@ipma.pt. A equipa do GelAvista encontra-se disponível para qualquer esclarecimento adicional.

O programa

Este é um programa que, à semelhança do que acontece noutros países, recorre aos cidadãos voluntários para obter dados com o intuito de monitorizar as populações de organismos gelatinosos (como as medusas) na costa portuguesa. Esta é uma actividade de ciência cidadã cujo objectivo é informar os cidadãos mas também fazê-los participar na ciência que se vai fazendo no estudo dos organismos gelatinosos.

O programa GelAvista pretende envolver a população em geral para a recolha de informação relativamente à presença de qualquer organismo de aspecto gelatinoso nas praias, marinas, debaixo de água ou quando recolhido nas redes de pesca.

O grupo dos gelatinosos é composto por uma grande variedade de espécies, muito diferentes entre si, mas que partilham a propensão de criar ‘blooms’. Ou seja, devido ao seu complexo ciclo de vida, estes organismos têm uma capacidade de reprodução e crescimento muito rápidos, originando um aumento da sua abundância e biomassa.

“Apesar do reconhecimento da sua existência, estes organismos têm sido ‘ignorados’ pela ciência em todo o Mundo, devido à sua inerente dificuldade de recolha e estudo, bem como à errada noção de que não são importantes nos ecossistemas. No entanto, esta noção não poderia estar mais longe da verdade”, explica o IPMA.

Possibilidade de impacto negativo

Os blooms severos de gelatinosos podem ter impactos muito negativos nas actividades económicas, especialmente na pesca, mas também no turismo, aquacultura entre outros. A grande abundância e concentração de gelatinosos poderá ter um impacto nas populações de peixes pelágicos, através do consumo dos seus juvenis ou, indirectamente, do consumo do seu alimento (zooplâncton). Além disso, podem também ser capturados nas redes de pesca, diminuindo a capacidade de recolha de cada lance.

“Em Portugal pouco se sabe sobre a distribuição, diversidade e dinâmica das populações de organismos gelatinosos. Apesar da sua importância, os estudos existentes são poucos e localizados e não existe um conhecimento científico geral a nível nacional. Para ajudar a colmatar esta lacuna, o programa GelAvista ambiciona envolver a população na ciência, através da sua participação com informação que vai ser importante para adicionar aos restantes dados que são obtidos nos projectos científicos de maneira a aumentar significativamente o conhecimento destes organismos, especialmente no contexto actual de alteração climática. Todos os contributos terão o reconhecimento devido” explicou Antonina dos Santos, responsável pelo programa, em Fevereiro do ano passado, aquando do anúncio do GelAvista.

Igualmente, o IPMA apresenta um documento com informação útil das espécies com maior probabilidade de serem avistadas, o que fazer se for picado por um destes organismos, bem como informação geral sobre a toxicidade e biologia das mesmas.

Informação útil das espécies com maior probabilidade de serem avistadas aqui.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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