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Fungo leva a queda de 20% na produção de pêra rocha

A produção de pêra rocha vai ter uma quebra inesperada de 20% devido a um fungo, disse esta quinta-feira, em Mafra, a associação representativa do sector, durante uma visita secretário de Estado da tutela a um pomar e uma central fruteira.

“As expectativas apontavam para um aumento de produção relativamente ao ano anterior. Infelizmente, este fungo, já muito em cima da colheita, fez com que haja uma quebra de 20% em relação ao ano passado”, afirmou Aristides Sécio, presidente da Associação Nacional de Produtores de Pêra Rocha (ANP).

O fungo em causa provoca a Estenfiliose, ou pedrado da pêra: Pleospora spp. (forma perfeita) Stemphylium vesicarium (forma imperfeita).

O dirigente alertou para as consequências económicas e sociais que este facto pode ter para o sector em geral, que emprega cinco mil pessoas todo o ano, um número que chega aos 15 mil na altura da colheita.

Depois de visitar um pomar e a central fruteira da organização de produtores Frutoeste, no concelho de Mafra, o secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, Luís Vieira, anunciou à Lusa que a tutela vai criar “um grupo de acompanhamento, que junta o Instituto Nacional de Investigação Agrária, a Direcção Geral de Veterinária e Alimentação, o Centro Operacional e Tecnológico Hortofrutícola Nacional, a Direcção Regional de Agricultura e a ANP” para que estas entidades trabalhem em conjunto para encontrarem “uma solução para debelar este problema”, segundo o site da Confagri – Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas de Portugal, que cita a Lusa.

Abaixo das 100 mil toneladas

A campanha deste ano, de 2016/2017, cuja colheita termina dentro de duas semanas, não deverá ultrapassar as 100 mil toneladas, quando em 2015/2016 foi de 115 mil toneladas. O sector da pêra rocha pediu ainda a abertura de mais mercados para colmatar o problema do embargo russo aos produtos europeus.

Luís Vieira adiantou que foram já iniciados os processos técnicos necessários à abertura de mais doze mercados, entre os quais Perú, México, África do Sul, China, Índia e Indonésia aos produtos portugueses e a pêra rocha será um dos primeiros a serem exportados.

Mais de metade da produção é exportada, tendo como principais mercados o Brasil (29.000), o Reino Unido (11.00), França (9.000), Marrocos (8.300l) e Alemanha (4.300).

A pêra rocha é produzida (99%) nos concelhos entre Mafra e Leiria, numa área de cultivo de 11 mil hectares, sendo os concelhos de maior produção os do Cadaval e Bombarral.

A pêra rocha do Oeste possui Denominação de Origem Protegida, um reconhecimento da qualidade do fruto português por parte da União Europeia.

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2 comentários

  1. Acho que seria pertinente referir o nome do fungo! Obrigada.

    • Tem toda a razão. Quando escrevemos o texto não sabíamos (tal como os restantes órgãos de comunicação, que também não o referiram). Mas, o fungo em causa provoca a Estenfiliose, ou pedrado da pêra: Pleospora spp. (forma perfeita) Stemphylium vesicarium (forma imperfeita). Já adicionámos no artigo.

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