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Fenareg preside à Irrigants d’Europe, a associação europeia de agricultura de regadio

A Fenareg – Federação Nacional de Regantes de Portugal vai presidir, nos próximos quatro anos, à Irrigants d’Europe, que reúne as principais associações europeias gestoras de água para a agricultura e que foi constituída em Santarém no passado dia 14 de Junho, num dos muitos eventos da Feira Nacional de Agricultura.

A Irrigants d’Europe integra, além da Fenareg, a Associação Nacional de Consórcios de Gestão e Tutela do Território Irrigado (ANBI), de Itália, a Federação Nacional das Comunidades Regantes de Espanha (Fenacore) e a Irrigants de France (França), que representam mais de 7,7 milhões dos 10,2 milhões de hectares de regadio existentes na Europa (75%).

José Núncio, presidente da Fenareg e da Irrigants d’Europe, afirmou, na cerimónia de constituição da associação europeia, realizada na Feira Nacional da Agricultura, que decorre em Santarém até domingo, que um dos principais objectivos é “conseguir um melhor diálogo com as instituições europeias”.

Presente na cerimónia, o ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, frisou a importância da criação de uma organização europeia, que, numa primeira fase, congrega os regantes dos países do Sul da Europa e que vai ser presidida por um português, “no momento em que começa a negociação para a nova Política Agrícola Comum (PAC) pós 2020”.

Referindo o facto de a Europa do Norte estar “muito bem organizada” no trabalho de “grupos de pressão junto das autoridades decisoras no quadro da União Europeia”, o ministro afirmou que a organização dos países do Sul “não se tem revelado, nalguns aspectos, com a mesma eficácia”.

Capoulas Santos apontou o “enorme preconceito de uma boa parte dos Estados membros da União Europeia” contra o regadio e defendeu como “fundamental” para Portugal e para os países do Sul que “as elegibilidades dos apoios financeiros ao regadio persistam para depois de 2020”. “Foi tão difícil obtê-los na negociação da última reforma [que] é presumível que na próxima negociação as mesmas dificuldades venham a estar sobre a mesa”, disse, saudando a existência de uma organização como a que hoje foi constituída.

Estratégia conjunta

José Núncio apontou como objectivos da associação o assegurar “uma estratégia conjunta orientada para o aumento de regadio e das suas comunidades, que permita uma evolução da actividade, assente na gestão sustentável e na promoção e na competitividade do sector”.

O presidente da Fenareg e da Irrigants d’Europe lembrou que, segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação), “a agricultura de regadio representa apenas cerca de 20% da terra cultivada a nível mundial, mas contribui para 40% da produção agrícola mundial”.

“Sem o aumento da produtividade agrícola que o regadio permite, seriam necessários pelo menos mais 500 milhões de hectares para produzir a mesma quantidade de alimentos”, afirmou, sublinhando a importância de uma agricultura sustentável na “resposta aos desafios das alterações climáticas e da segurança alimentar”.

Mais de 7,7 milhões de hectares de regadio

Mais de 7,7 milhões de hectares de regadio estão agora reunidos na Irrigants d’Europe, associação que visa a defesa e o desenvolvimento do regadio europeu. Na sua constituição, a nova associação reúne 75% da área de regadio na Europa (7,7 em 10,2 milhões de hectares de regadio), cuja maior parte é gerida pelas organizações de beneficiários associados.

De acordo com a FAO (Organização da ONU para a Agricultura e Alimentação), a agricultura de regadio representa apenas cerca de 20% da terra cultivada a nível mundial, mas contribui para 40% da produção agrícola mundial. Sem o aumento da produtividade agrícola que o regadio permite, seriam necessários pelo menos mais 500 milhões de hectares para produzir a mesma quantidade de alimentos.

Realce-se que a Fenareg é uma associação de utilidade pública, sem fins lucrativos, de âmbito nacional, fundada em 2005, que agrupa entidades dedicadas à gestão da água para rega, tanto superficial como subterrânea, com o objectivo de unir esforços e vontades na defesa dos seus legítimos interesses e na promoção do desenvolvimento sustentável e da competitividade do regadio.

Actualmente conta com 28 associados que representam mais de 25 mil agricultores regantes e cerca de 135.000 hectares, que significa mais de 90% do regadio organizado, 76% do regadio colectivo público e cerca de 20% do regadio nacional.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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