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Estudo: Rácio de sucesso de produtos de inovação da Mercadona é de 82% face a 24% do sector

Os fabricantes inter-fornecedores da Mercadona reservam mais recursos para o fomento da área de I+D+i do que a média do sector de alimentação e bebidas, de acordo com o estudo “O Valor da Inovação Conjunta” realizado pelo Institut Cerdà.

Relembre-se que a Mercadona vai abrir as primeiras lojas em Portugal na zona do Grande Porto. O plano de internacionalização da cadeia espanhola, anunciado em Junho, vai arrancar na zona Norte do País, uma opção natural, pois a proximidade à Galiza e Castela e Leão facilita o arranque da operação. A empresa prevê investir inicialmente 25 milhões de euros e criar aproximadamente 200 postos de trabalho nesta primeira fase de expansão.

Quanto ao estudo, após a análise das capacidades de inovação de 90 dos mais de 125 fabricantes inter-fornecedores da empresa, conclui que o rácio de sucesso dos novos produtos lançados pela Mercadona e pelos seus inter-fornecedores é de 82% face a 24% do sector, segundo os últimos dados disponíveis (Nielsen 2013).

Neste sentido, o estudo indica também que o número de colaboradores dedicados a I+D aumentou 80% entre 2012 e 2015, representando 2,84% da média dos quadros, um valor que pressupõe o dobro do sector de alimentação e bebidas estimado pelo INE em 1,09%. No total, os inter-fornecedores da Mercadona colocaram 1.094 pessoas (investigadores, técnicos, etc.) a desenvolver mais de 350 linhas de I+D.

De igual forma, durante o período analisado (2012-2015) os inter-fornecedores da Mercadona que participaram no estudo investiram 377,5 milhões de euros em inovação (85,5 milhões de euros em novos produtos e 292 milhões de euros em novos processos). Além disso, registaram 27 patentes (88% do produto e 12% de processos) e 51 marcas. A aposta na inovação dessas empresas é sete vezes superior à do sector, com 96% de participação das mesmas face a 13% das empresas espanholas no geral.

Neste sentido, o relatório destaca que a aposta na inovação é complementada por um elevado nível de investimento em infra-estruturas que ascendeu a 882 milhões de euros entre 2012 e 2015, o que equivale a uma média de 5,41 milhões de euros investidos em cada instalação; 83%, fruto do marco da relação com a Mercadona.

580 novos produtos em 4 anos e um rácio de êxito de 82%

Entre 2012 e 2015, 84% dos inter-fornecedores analisados pelo Institut Cerdà realizaram inovações de produto com um investimento na área de 85,5 milhões de euros, uma média de 21,4 milhões de euros ao ano. Este investimento traduziu-se no lançamento de 580 novos produtos, dos quais 42% não existiam previamente no mercado. De igual forma, os restantes esforços focaram-se na reformulação e melhoria contínua de produtos já existentes. O retorno económico deste esforço inovador foi relevante na medida em que o impacto directo destas novas referências foi de 725 milhões de euros apenas em 2015, o que representa, em média, 13% do volume de negócios total dos inter-fornecedores analisados.

A inovação de produto reflectiu-se maioritariamente em melhorias substantivas, tanto ao nível da qualidade como ao nível da segurança alimentar, e melhorias de experiência de utilização por parte do cliente, bem como mais de 100 inovações relacionadas com ecodesign, entre outras. Este compromisso com a inovação traduziu-se, paralelamente, num elevado rácio de sucesso por parte dos inter-fornecedores, destacando-se o facto de 82% dos novos produtos introduzidos entre 2012 e 2014 ainda permanecerem no linear face a 24% do sector.

É de salientar, além disso, que do total de lançamentos 23% ocorreu por iniciativa própria e 77% resultaram da colaboração com a Mercadona, através dos seus centros de co-inovação e das sugestões dos chefes (clientes) recebidas no Serviço de Atendimento ao Cliente, entre outros. 82% dos produtos lançados pelos fabricantes inter-fornecedores entre 2012 e 2014 permanecem no mercado ao fim de um ano, comparado com uma média de 24% no sector (Nielsen).

347 inovações em processos para reforçar a eficiência

De acordo com o relatório do Institut Cerdà, entre 2012 e 2015, 79% dos inter-fornecedores da Mercadona concretizaram 347 inovações de processo (199 novos processos de fabrico, 40 melhorias nos sistemas de logística e 108 melhorias nos processos de apoio, como sistemas de gestão ou tecnologias de controlo). Durante esses quatro anos, o investimento foi de 292 milhões de euros.

Nesta linha, as categorias mais inovadoras nos processos ocorreram nos sectores de alimentação fresca e seca, ainda que no âmbito logístico tenha sido muito relevante a inovação impulsionada na categoria de congelados.

De acordo com o estudo, a inovação em processos oferece múltiplas vantagens, das quais importa destacar uma maior eficiência e rendimento das equipas de produção, assim como o alinhamento com as normas ambientais, de saúde e segurança.

De acordo com Yolanda Cerdà, gerente de retalho do Institut Cerdà, “a análise que realizámos destaca o compromisso que a Mercadona e os seus inter-fornecedores mantêm com a inovação e comprova que o modelo da Mercadona proporciona um marco na colaboração ao longo da cadeia de agro-alimentar que permite conhecer o máximo das necessidades do cliente final e desenvolver as organizações adoptando uma cultura de melhoria contínua”.

Juan Antonio Germán, diretor geral de relações externas da Mercadona, agradeceu à Fundação Cotec e à sua presidente, Cristina Garmendia, “a oportunidade de apresentar o estudo “O Valor da Inovação Conjunta” neste fórum de excelência e a promoção da inovação enquanto motor do desenvolvimento. Este estudo destaca a importância da colaboração entre todas as partes da cadeia – fabricantes, distribuidores e clientes – para a inovação. Inspirarmo-nos naquilo que os nossos “Chefes” (como na Mercadona chamamos aos nossos clientes) nos dizem e nos nossos centros de co-inovação e partilhar esse conhecimento com os fabricantes inter-fornecedores dá-nos um grande potencial inovador. O mercado é demasiado complexo para se crer que uma empresa pode, por si só, concretizar inovações tão bem-sucedidas como aquelas que estão representadas neste estudo. Por isso, na Mercadona, acreditamos no poder da colaboração para dispor de um modelo inovador diferencial, direcionado a surpreender sempre os nossos “Chefes” e que se resume às capacidades inovadoras já existentes no nosso sector”.

Já a presidente da Fundação Cotec, Cristina Garmendia, definiu a Mercadona como “uma referência empresarial em vários eixos, nomeadamente no da inovação, uma das chaves do seu sucesso no mercado”. Relativamente ao relatório, Cristina Garmendia agradeceu a partilha do modelo de inovação da Mercadona para servir de inspiração a outras organizações. “É fundamental que os líderes empresariais do nosso país assinalem o caminho da inovação ao conjunto da economia e da sociedade”, concluiu a presidente da Fundação Cotec.

De igual forma, o economista José Carlos Diez destacou o efeito tractor que os inter-fornecedores e a Mercadona têm para a economia: “é um factor patente neste estudo, no qual a inovação, tangível em produtos que os consumidores colocam diariamente nos seus carrinhos de compras, é muito importante para a reindustrialização e melhoria da produtividade do nosso sector industrial”.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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