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Estudo da Fenareg: são necessários 1.700 M€ de investimento no regadio até 2027

Estudo dos regantes vai ser apresentado aos candidatos portugueses ao Parlamento Europeu, estimando que serão necessários 1.700 milhões de euros de investimento no sector do regadio em Portugal até 2027.

A Fenareg — Federação Nacional de Regantes de Portugal diz que as futuras políticas europeias de apoio ao investimento em regadio devem “incentivar os agricultores a atingir metas ainda mais ambiciosas de eficiência do uso da água e não centrar os esforços no “corte cego” do uso da água em agricultura”.

Para a Federação presidida por José Núncio, num momento em que se discute o futuro da Política Agrícola Comum (PAC) e se aproximam as eleições para o Parlamento Europeu, “os países do Sul da Europa devem concertar posições para defender o futuro da agricultura de regadio na União Europeia, essencial à produção de alimentos a preços competitivos, à fixação das populações no território e à protecção do Ambiente”.

Produtividade da água na agricultura aumentou 70%

“Por exemplo, em Portugal a produtividade da água na agricultura aumentou 70% nas últimas décadas, graças à utilização de novas tecnologias de rega e à modernização das infra-estruturas de regadio, sendo crucial que a PAC continue a apoiar a agricultura de regadio rumo à eficiência do uso da água e da energia”, acrescentam os responsáveis pela Fenareg.

A Federação defende, por isso, que a PAC para o período 2021-2027, e em concreto os apoios do FEADER, devem ser pautados pelos seguintes critérios:

  • Apoiar investimentos com base no aumento da produtividade económica da água (ou seja produzir mais kg de determinada cultura agrícola com o mesmo volume de água) e não com base na poupança de água obtida, conforme defende a actual proposta da Comissão Europeia. Esta exige aos agricultores que reduzam o volume de água de rega para pelo menos 50% do potencial de poupança, o que pode originar quebras da produção agrícola.
  • Apoiar investimentos que garantam o aumento dos níveis de eficiência do uso da água e não uma redução nos volumes de água utilizados. Esta restrição proposta pela CE limita o acesso aos apoios para modernização de Aproveitamentos Hidroagrícolas e para construção de novos empreendimentos de regadio, ambos essenciais ao desenvolvimento do regadio em Portugal e no Sul da Europa.
  • Considerar a eficiência do binómio água-energia, uma vez que os sistemas de rega de precisão são mais eficientes no consumo de água, mas requerem maior consumo de energia.

Estudo apresentado aos candidatos às europeias

Salienta a Federação Nacional de Regantes de Portugal que estas medidas estão contempladas num estudo abrangente que a Fenareg encomendou, visando dar o seu contributo para a definição de uma Estratégia Nacional para o Regadio em Portugal.

O documento vai ser apresentado em breve aos candidatos portugueses ao Parlamento Europeu, estimando que serão necessários 1.700 milhões de euros de investimento no sector do regadio em Portugal até 2027.

Associação de utilidade pública

Fenareg é uma associação de utilidade pública, sem fins lucrativos, de âmbito nacional, fundada em 2005, que agrupa entidades dedicadas à gestão da água para rega, tanto superficial como subterrânea, com o objectivo de unir esforços e vontades na defesa dos seus legítimos interesses e na promoção do desenvolvimento sustentável e da competitividade do regadio.

Actualmente conta com 27 associados que representam mais de 25 mil agricultores regantes e cerca de 126.000 hectares, que significa mais de 90% do regadio organizado, 76% do regadio colectivo público e cerca de 20% do regadio nacional.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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