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Foto: Volkswagen Autoeuropa

Estudo: acção da Volkswagen para corrigir emissões leva aumento de óxido de azoto em 13%

Um estudo realizado pela associação italiana congénere da DECO –Altroconsumo – “comprova a inutilidade da intervenção que a Volkswagen está a realizar nos carros com emissões falsificadas. Como se não bastasse, para a marca alemã os consumidores americanos são mais importantes que os europeus”, revela a associação de defesa dos consumidores portuguesa em comunicado. A única alteração detectada em laboratório, para os valores das emissões de óxido de azoto (NOX), é o seu aumento em mais de 13%, garante a DECO.

Já a Siva, importador da marca Volkswagen para Portugal, garante que a “solução técnica” que a marca alemã está a aplicar aos automóveis com emissões falsificadas “é homologada pela Autoridade Alemã dos Transportes”.

“A solução técnica que a Volkswagen AG está a aplicar aos veículos afectados pelos desvios de emissões de NOx é homologada pela Autoridade Alemã dos Transportes (KBA) que atesta que não há alterações nos consumos, nas emissões ou nos níveis de ruído dos veículos em causa”, afirmou o director de marketing da Siva numa nota escrita enviada à Lusa.

“Só após essa validação pelo KBA é que a Volkswagen liberta cada modelo e versão para serem intervencionados”, acrescentou Ricardo Tomaz.

Mas a DECO diz que “há quase um ano, todos fomos surpreendidos com a descoberta de um esquema fraudulento implementado pela Volkswagen nos seus carros, com o objectivo de enganar os consumidores e as autoridades por todo o mundo. Inicialmente detectada nos Estados Unidos da América (EUA), afectando cerca de meio milhão de veículos, rapidamente se concluiu que a fraude era muito mais extensa e que poderia envolver mais de 10 milhões de carros, cerca de cento e vinte mil dos quais em Portugal (das marcas Volkswagen, Audi, Skoda e Seat)”.

E adianta que uma das decisões tomadas pela Volkswagen, em conjunto com as autoridades dos vários países, foi proceder à eliminação do mecanismo fraudulento nos veículos, garantindo ao mesmo tempo que todos os parâmetros correspondentes ao desempenho, influindo emissões, se deveriam manter (ou até diminuir, no caso dos óxidos de azoto) face às condições de homologação. Com este objectivo está a ser efectuada a chamada dos carros afectados às oficinas da marca. “Os primeiros resultados desta intervenção técnica são decepcionantes”, diz o estudo.

Emissões de óxido de azoto aumentam mais de 13%

A única alteração detectada em laboratório, para os valores das emissões de óxido de azoto (NOX), é o seu aumento em mais de 13% relativamente aos valores medidos antes da intervenção realizada nas oficinas da marca alemã. Ou seja, o problema inicial não é de forma alguma corrigido. Pelo contrário, agrava-se”, adianta a associação.

As emissões de NOX medidas excedem em cerca de 25% os limites máximos admissíveis para que um veículo possa ser homologado como Euro 5, o que suscita graves interrogações relativamente à homologação destes veículos e à sua circulação no espaço europeu.

“Vamos questionar os Ministérios da Economia e do Ambiente com carácter de urgência relativamente a este problema. Consideramos, ainda, que a Volkswagen tem de esclarecer os consumidores relativamente à finalidade da sua intervenção.

Nos Estados Unidos, as autoridades locais não aceitaram o mero pedido de desculpas dos responsáveis da marca alemã e intentaram investigações que podem resultar em avultadíssimas multas.

“Seja para amenizar as penalizações eminentes, seja para preservar o acesso ao mercado americano, a Volkswagen decidiu indemnizar os consumidores enganados nos EUA. Na Europa, numa decisão que estabelece patamares com consumidores de primeira, os americanos, e de segunda, os europeus, a marca alemã, simplesmente nega qualquer pagamento aos enganados e trata o problema como se fosse um mero incómodo ou até inexistente. Mas não é, bem pelo contrário”, acrescenta o comunicado.

E durante os últimos dez meses, “a DECO aguardou por um acesso de bom senso da parte da Volkswagen e acompanhou com a serenidade possível acções mais musculadas de associações congéneres de outros países. Acreditámos, francamente, que a Volkswagen perceberia que os consumidores europeus não podem ser discriminados desta forma absurda e que seriam, por iniciativa da própria marca, indemnizados. Por que foram deliberadamente enganados”, refere a associação de defesa dos consumidores.

A DECO acrescenta que faz “um último apelo público à Volkswagen para que emende o caminho tomado na Europa e que trate igualmente todos os consumidores, sejam americanos ou europeus”, ou “definiremos novos caminhos de acção”.

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