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Carneocephala fulgida, vector da doença (Xylella fastidiosa) na vinha. Foto: J. Clark - University of California, Berkeley (EUA)

DRAP Norte determina destruição de todas as plantas de lavanda na zona infectada com Xylella fastidiosa

A 3 de Janeiro de 2019 foi confirmada a presença da bactéria Xylella fastidiosa numa sebe ornamental de Lavandula dentata (lavanda) presente no jardim do Zoo de Santo Inácio, em Vila Nova de Gaia. A praga do olival, amendoeira, cerejeira e ameixeira, entre outras culturas, chegou a Portugal.

A Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAP Norte) já determinou e assegurou a destruição de todas as plantas de Lavandula dentata presentes na zona infectada e continua o trabalho de amostragem e de destruição de plantas de outras espécies hospedeiras da subespécie multiplex, destruição que ocorre mesmo antes de serem conhecidos os resultados das respectivas análises.

Programa de Prospecção Nacional

A descoberta, explica o Ofício Circular n.º 02/2019 da DGAV – Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária, surgiu na sequência da colheita de uma amostra, no âmbito do Programa de Prospecção Nacional levado a cabo pelos serviços oficiais. A subespécie da bactéria foi entretanto identificada e trata-se da X. fastidiosa subsp. multiplex.

Recorde-se que esta bactéria, com várias subespécies identificadas, afecta um elevado número de espécies de plantas na América do Norte, América do Sul e Ásia.

Na Europa, em 2013, foi confirmada a presença de X. fastidiosa subsp. pauca no sul de Itália, onde tem devastado uma extensa área de olival e afectado diversas ornamentais. Desde 2015, têm sido detectadas diferentes subespécies da bactéria em França, Espanha e Itália em diversas ornamentais e também em espécies importantes em termos agrícolas.

Sintomas de declínio rápido da oliveira observados em Puglia, Itália. Foto: EPPO

A subespécie multiplex, agora assinalada no nosso País, está associada na União Europeia a 58 espécies/géneros de plantas, entre eles, a amendoeira, a cerejeira, a ameixeira, a oliveira, o sobreiro, a figueira e muitas plantas ornamentais e da flora espontânea.

 

Plano de Contingência

Acrescenta o Ofício da DGAV que, de acordo com o previsto no Plano de Contingência está em curso, pela DRAP Norte, a prospecção intensiva na zona infectada (100 metros em redor das plantas contaminadas) para determinação da extensão do foco, tendo sido entretanto confirmada a presença da bactéria noutras plantas de Lavandula dentata, plantadas no mesmo jardim, determinou uma nova demarcação da zona infectada.

Face a esta detecção, foi estabelecida uma “Área Demarcada” que compreende a “Zona Infectada” e uma “Zona Tampão” circundante de 5 km de raio.

Área Demarcada

A “Área Demarcada” é apresentada na forma de mapa no Ofício da DGAV, aqui, bem como, a lista das freguesias abrangidas, também disponível na página electrónica da DGAV (aqui).

Na “Área Demarcada”, e conforme determinado pela Decisão de Execução 2015/789 da Comissão Europeia, de 18 de Maio estabelecem-se as seguintes medidas de protecção fitossanitária:

  • Destruição no local dos vegetais hospedeiros da subespécie da bactéria presentes na “Zona Infectada”;
  • Proibição do movimento para fora da “Área Demarcada” e da “Zona Infectada” para a “Zona Tampão” de qualquer vegetal que se destine a plantação ou propagação pertencente aos géneros e espécies constantes da “Lista de Géneros e Espécies sujeitos a Restrições Fitossanitárias” disponível na página electrónica da DGAV;
  • Prospecção oficial intensiva dos vegetais constantes dessa lista na “Área Demarcada” com inspecção visual, colheita de amostras e análise laboratorial;
  • Proibição de plantação dos vegetais hospedeiros da subespécie da bactéria na “Zona Infectada”, excepto sob condições de protecção física contra a introdução da bactéria pelos insectos vectores, oficialmente aprovadas.
  • Comunicação imediata aos serviços oficiais de qualquer suspeita da presença da bactéria.

Mais sobre a Xylella fastidiosa aqui.

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