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Défice da balança comercial agrícola diminui 465 milhões de euros em 2014

O défice da balança comercial dos produtos agrícolas e agro-alimentares em 2014 (menos 3,2 mil milhões de euros) diminuiu 465 milhões de euros face ao ano anterior, revela O Instituto Nacional de Estatística (INE).

“A actividade agrícola em 2014 caracterizou-se por aumentos de produção nos cereais de inverno, na batata, nas culturas hortícolas e nalguns frutos. Em contrapartida, a produção de azeite decresceu significativamente (-33,5%). A produção animal registou aumentos nos principais produtos (carne de suíno e aves, ovos e leite)”, diz o INE no destaque hoje divulgado.

No mesmo ano, o índice de preços da produção de bens agrícolas diminuiu 6% e o índice de preços dos bens e serviços de consumo corrente na agricultura reduziu 2,4%. Já o valor acrescentado bruto (VAB) da agricultura decresceu 3,2%, em termos nominais. Para esta evolução contribuiu uma variação negativa da produção do ramo agrícola (-3,5%) atenuada pela redução mais acentuada do consumo intermédio (-3,7%). Em termos reais, o VAB registou um aumento de 3,2%.

Em 2014 cada residente no território nacional consumiu, em média, 108 kg de carne, 78 litros de leite, 43 kg de produtos lácteos, 130 kg de cereais, 16 kg de arroz e 111 kg de frutos.

Importações em queda

As importações de produtos da agricultura e agro-alimentares atingiram 6,9 mil milhões de euros em 2014, o que corresponde a um decréscimo de 4,3% face ao ano anterior (menos 304 milhões de euros). As exportações aumentaram 4,7% em relação a 2013, totalizando 3,6 mil milhões de euros (mais 161 milhões de euros). O défice da balança comercial destes produtos registou uma diminuição de 465 milhões de euros comparativamente ao ano anterior, fixando-se nos 3,2 mil milhões euros.

Em quase todos os grupos de produtos agrícolas e agro-alimentares se verificaram diminuições no défice da balança comercial relativamente ao ano anterior, com especial destaque para as “frutas; cascas de citrinos; melões” que registaram uma redução no seu défice na ordem dos 126 milhões de euros. O maior défice comercial registou-se nas transacções de “carnes e miudezas, comestíveis” (menos 750 milhões de euros, correspondendo a um aumento de 27 milhões de euros face a 2013).

O maior excedente foi registado nas transacções de “preparações de produtos hortícolas, de frutas e de outras partes de plantas” (mais 98 milhões de euros), apesar do decréscimo de 7 milhões de euros face a 2013.

Os “cereais” que eram tradicionalmente detentores do maior défice comercial nos produtos agrícolas e agro-alimentares em Portugal, passaram a ocupar a 2ª posição (défice de 642 milhões de euros, tendo registado uma diminuição de 77 milhões de euros face a 2013).

Espanha manteve-se como o principal fornecedor de produtos agrícolas e agro-alimentares a Portugal, representando 48,7% do valor total das importações em 2014, tendo reforçado o seu peso em 1,9 pontos percentuais (p.p.). Seguiram-se a França (peso de 9,8%), a Alemanha (5,4%) e os Países Baixos (4,9%). Relativamente aos principais clientes dos produtos nacionais, Espanha continuou a ser o destino mais relevante (peso de 36,9% em 2014), seguindo-se Angola (11,8%), França (9,1%) e Brasil (6,3%).

Ano agrícola em “normalidade”

Segundo o INE, o ano agrícola 2013/2014 caracterizou-se por um final de outono seco, que permitiu a realização da maioria dos trabalhos de preparação dos solos/sementeiras das culturas outono/invernais. A partir de meados de Dezembro, a instabilidade atmosférica instalou-se, com extensos períodos de precipitação contínua (Fevereiro foi o mais chuvoso dos últimos trinta e cinco anos) e fenómenos meteorológicos extremos (depressões).

“Estas condições atmosféricas originaram situações de cheia nas várzeas do Tejo e do Sorraia e dificultaram os trabalhos agrícolas, com o acesso das máquinas aos terrenos a ser feito de forma muito condicionada”, refere o INE. E adianta que o período estival caracterizou-se por temperaturas amenas e, no final, por precipitação muito elevada, que prejudicou as vindimas, a apanha das frutas e a colheita das culturas de primavera/verão. “Estas condições tiveram também um impacto negativo na qualidade do produto final da maioria das culturas, particularmente nas que se encontravam em fim de ciclo produtivo (uva, tomate para a indústria e hortícolas para consumo em fresco), com os elevados teores de humidade a facilitarem o surgimento de doenças criptogâmicas”, diz o Instituto.

Globalmente, o ano agrícola 2013/2014 caracterizou-se por aumentos de produção, face à campanha anterior, nos cereais de inverno, na batata, nas culturas hortícolas e nalguns frutos, designadamente na pêra, nas prunóideas (pêssego e ameixa) e nos citrinos. Em contrapartida a produtividade do tomate para a indústria (76,1 mil kg/ha) ficou aquém do esperado.

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