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Câmara Agrícola Lusófona leva empresários à Guiné Equatorial

A Câmara Agrícola Lusófona (CAL) parte em missão empresarial à Guiné-Bissau entre 11 e 15 de Abril à Guiné Equatorial. As inscrições estão abertas até 11 de Março.

Esta Missão Empresarial, no âmbito do Programa de Internacionalização do Sector do Agronegócio da CAL, é uma iniciativa comparticipada, parcialmente, pela União Europeia – Portugal 2020 e Compete 2020. O valor por participante é de 2.950 euros, acrescidos da taxa de IVA de 23%, mas as pequenas e médias empresas (PME) podem aceder ao financiamento do Portugal 2020, a 50%, ficando o custo da missão em 1.475 euros.

A Guiné Equatorial, “estando muito longe da auto-suficiência alimentar, é um país importador de alimentação e bebidas. O total das importações do sector, em 2014, foi de 326,6 milhões de dólares, com uma tendência positiva nos últimos anos, tendo Espanha como maior fornecedor”, diz o presidente da CAL, Jorge Correia Santos.

“Há então grandes oportunidades para os empresários portugueses, do sector agro-alimentar, encontrarem ali clientes e exportar os seus produtos. Aqueles interessados em investir na produção local, poderão contar com os programas de apoio do governo e do Banco Mundial, apostados em desenvolver os extraordinários potenciais agrícola e piscícola do país”, adianta aquele responsável.

A integração nesta missão empresarial “é uma ocasião extraordinária para potenciar a criação de parcerias comerciais e governamentais, num país focado na diversificação da economia”, acrescenta Jorge Correia Santos.

Aumento do investimento estrangeiro

Desde a descoberta de petróleo e de gás, na década de 90, que a República da Guiné Equatorial tem recebido avultados investimentos estrangeiros naquele sector. A extracção de hidrocarbonetos tornou-se, assim, o principal eixo de desenvolvimento do país, representando 87,3% do PIB. Os grandes fluxos financeiros daquela indústria levaram a um crescimento excepcional, traduzido num desenvolvimento acelerado das infra-estruturas e da expansão da urbanização do país.

O dinamismo da economia do país chegou a atingir a maior taxa média de crescimento do PIB do mundo, entre 2004 e 2008: 16.3%.

O desejo das populações em melhorar o seu nível de vida, fez com elas se deslocassem das zonas rurais para zonas urbanas, aumentando a mão-de-obra na indústria petrolífera. Consequentemente, “o sector agrícola, que floresceu no passado com o cacau ou o café, está em declínio. Actualmente, a produção do sector primário da Guiné Equatorial é praticamente inexistente e irrelevante, em termos de volume. Sendo de subsistência, é constituído por pequenas plantações, ou hortas, e por caça e pesca artesanais, para auto-consumo”, explica o presidente da CAL.

A agricultura tem um grande potencial na Guiné Equatorial, devido às condições favoráveis de clima e de geografia, havendo terra disponível e solo altamente fértil – especialmente nas ilhas vulcânicas. As principais culturas são: mandioca; taro; arroz; inhame; milho; banana-pão; banana; manga; ananás; abacate; laranjas; tangerinas; hortaliças; frutas do dendém; leguminosas; amendoim; café; cacau; só as duas últimas são formalmente exportadas, mas em pequenas quantidades.

Apesar da diversidade produtiva, trata-se de agricultura de subsistência, que só satisfaz 30% da procura doméstica. Há, por conseguinte, oportunidades de crescimento ao longo de toda a cadeia de valor da agricultura e pecuária. Tome-se o exemplo da abundância de recursos hídricos, estimando-se em 30 mil ha o potencial de regadio, ainda não aproveitado.

Para satisfazer os restantes 70% de procura alimentar, a Guiné Equatorial tem de importar, nomeadamente, grandes quantidades de carne, cereais, arroz e trigo.

Em termos da produção animal, como as condições não são propícias a ruminantes, o governo da Guiné Equatorial aposta em animais de menor porte: porcos, galináceos, patos e coelhos, “áreas em que as empresas portuguesas, estando na vanguarda mundial, podem dominar facilmente”, salienta Jorge Correia Santos.

 

Para mais informações:
E-mail: internacionalizacao@calusofona.org
Telefone: 21 301 84 26

Programa Missão Empresarial a Guiné Equatorial

Dia 11 de Abril (Segunda-feira)

12h30 – Voo Lisboa-Malabo (via Madrid)

21h50 – Chegada a Malabo

23h00 – Check-in do hotel

Dia 12 de Abril (Terça-feira)

09h00 – Recepção de boas-vindas pelo Presidente da CAL – Câmara Agrícola Lusófona, Jorge Santos

10h00 – Audiência com a Encarregada de Negócios de Portugal na Guiné Equatorial, Teresa Macedo

11h00 – Audiência com o Cônsul Honorário de Portugal em Malabo, Manuel Azevedo

13h00 – Almoço

14h30 – Reunião com o Presidente da Câmara de Comércio, Agrícola e Florestal de Bioko, Gregorio Boho Camo

16h00 – Audiência com Ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação da Guiné Equatorial, Agapito Mokuy

17h00 – Audiência com o Ministro da Agricultura e Florestas da Guiné Equatorial, Francisco Bahamonde

Dia 13 de Abril (Quarta-feira)

09h00 – Reunião com uma entidade bancária

10h30 – Visita ao Mercado Central de Malabo

11h30 – Visita a uma grande superfície retalhista

13h00 – Almoço

15h00 – Reunião com sociedade de advogados – Solege Limitada (Miranda e Associados) Análise de questões jurídicas, pauta aduaneira e código de investimento estrangeiro.

16h00 – Visita a empresa de distribuição

Dia 14 de Abril (Quinta-feira)

09h00 – Seminário Contact – Agronegócios na Guiné Equatorial

13h00 – Almoço

14h00 – Visita ao Porto de Malabo e reunião com administração portuária

16h00 – Reunião com Despachante Oficial

17h00 – Reunião com empresa de navegação e de transporte marítimo

18h00 – Reunião com empresa grossista agro-alimentar

Dia 15 de Abril (Sexta-feira)

09h00 – Visita a culturas de café

10h00 – Visita a culturas de cacau

18h00 – Reunião de avaliação da missão

20h00 – Check-out do Hotel

22h40 – Voo Malabo-Lisboa (via Madrid)

09h10 – Chegada a Lisboa

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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