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Calibração de pulverizadores: Syngenta forma 500 agricultores na Península Ibérica

Syngenta está a dar formação sobre calibração de pulverizadores a 500 agricultores e técnicos em Portugal e Espanha, até final de 2016, pondo em prática os compromissos assumidos no Good Growth Plan, de transferir conhecimento com vista “à melhoria da produção e à sustentabilidade da agricultura”, diz a empresa em comunicado.

Em duas Jornadas de Calibração realizadas em Coimbra e Santarém, a 11 e 12 de Abril, a equipa da Syngenta e dois formadores da Universidade da Catalunha tiveram oportunidade de partilhar conhecimentos com cerca de 80 agricultores e técnicos sobre este tema, onde segundo Jorge Torrado, técnico gestor conta cliente da Syngenta para a Beira Litoral, “ainda há muito trabalho a fazer, porque apesar de estarem sensibilizados para a importância da correta calibração dos pulverizadores, muitos agricultores ainda realizam os cálculos (de aplicação da calda) de forma empírica”.

Os erros mais comuns

Os erros mais comuns ocorrem também na escolha dos bicos e no uso de pressões não recomendadas para determinado tipo de bicos. Muitos agricultores ainda não usam o equipamento de protecção individual, pondo em risco a sua saúde. Calibrar os pulverizadores é muito importante porque melhora a eficácia dos produtos fitofarmacêuticos, assegurando que o produto chega ao alvo na quantidade necessária; evita a deriva da calda e consequente contaminação de culturas vizinhas ou zonas adjacentes e melhora a conta da exploração agrícola, porque ao calibrar o agricultor calcula o volume de calda necessário para o estado fenológico das plantas, evitando aplicar produtos em excesso.

“Pretendemos mostrar aos agricultores e aos técnicos como adaptar os pulverizadores às necessidades da cultura, que parâmetros devem ter em conta para realizar uma boa aplicação: parâmetros externos (o vento e a humidade) e parâmetros relacionados com o binómio pulverizador/planta (o volume de calda, o débito, a velocidade de avanço do tractor, a distribuição espacial da cultura e o seu ciclo de desenvolvimento)”, explica Francisco Garcia Verde, técnico da Syngenta responsável por este programa de formação, que vai chegar a um total de 500 agricultores e técnicos em toda a Península Ibérica, até final do ano.

Parceria com a Universidade da Catalunha

A Syngenta realiza estas acções de formação em parceria com a Universidade da Catalunha (UPC). A Norte, as Jornadas de Calibração decorreram na Escola Superior Agrária de Coimbra, onde estiveram presentes agricultores, estudantes, técnicos de cooperativas da região e formadores desta área que quiseram reforçar os seus conhecimentos. Devido às culturas predominantes na região – milho, batata e hortoindustriais – a atenção centrou-se nos pulverizadores de barras.

António Cardoso, produtor de 25 hectares de culturas hortícolas em Cantanhede, destaca a utilidade do evento pelo que aprendeu sobre os parâmetros analisados na inspecção obrigatória dos pulverizadores e sobre a importância de substituir os bicos: “embora a olho nu pareçam estar em bom estado, quando medimos o débito é que conseguimos aferir se estão ou não a funcionar bem”.

Por seu turno, Carlos Plácido, director da Cooperativa Agrícola de Montemor-o-Velho e produtor de 150 hectares de pastagens, cereais e batata afirma que “como técnico, sinto que estas jornadas são muito úteis para nos actualizarmos sobre a legislação em vigor e para estar a par das inovações ao nível do material e das técnicas de pulverização”.

Alcino Vagos, produtor de 160 hectares de hortícolas na zona de Coimbra e membro da OP Quinta do Celão, põe a tónica em dois aspectos sublinhados na formação: a altura ideal dos bicos do pulverizador de barras – a 50 cm do solo – para garantir uma distribuição homogénea da calda; e o tamanho da gota, que deve ser o mais fina possível, aumentando a probabilidade de atingir maior área do alvo, embora deva ser ajustada em dias mais ventosos para evitar a deriva.

“Inspecciono os pulverizadores há 6 anos e considero que é muito útil, porque equipamentos em bom estado de funcionamento garantem uma maior eficácia dos produtos aplicados, reflectindo-se numa poupança em euros e com benefícios para o ambiente”, afirma.

A Sul, as Jornadas realizaram-se na Escola Superior Agrária de Santarém, com a presença de técnicos de organizações de produtores, das indústrias de hortícolas congelados e da distribuição. Nuno Brás, responsável agrícola da Bonduelle para as culturas do pimento e brócolo, apreciou “o debate e a interacção entre formadores e a assistência”, reconhecendo, que “muitas vezes mesmo quem tem formação técnica desconhece a forma correta de calibrar um pulverizador”.

As normas europeias e nacionais são cada vez mais restritivas nestas matérias, exigindo que os equipamentos de aplicação se encontrem em bom estado de funcionamento. Recorde-se que até 26 de Novembro de 2016 todos os pulverizadores deverão realizar uma inspecção obrigatória nos Centros de Inspecção Periódica de Pulverizadores de Produtos Fitofarmacêutico (Centros IPP) reconhecidos pela DGAV. Segundo dados desta entidade do Ministério da Agricultura, estão inspeccionados até à data apenas cerca de 2.000 pulverizadores de um universo total estimado de 56.000 pulverizadores em Portugal sujeitos a inspecção obrigatória pela legislação.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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