AGRICULTURA E MAR Revista do mundo rural e da economia do mar
A proposta de alteração do Regime Jurídico de Arborizações e Rearborizações (RJAR), que limita a plantação de eucalipto, vai prejudicar “cerca de 400 mil produtores florestais portugueses” e pode “provocar uma significativa perda de competitividade da indústria portuguesa de pasta e papel que, actualmente, já realiza importações anuais de madeira de cerca de 200 milhões de euros”, diz a administração da Altri SGPS.
Na apresentação de resultados, relativos ao primeiro trimestre de 2017, os responsáveis pela gestão da Altri, produtor europeu de referência de pasta de eucalipto, dizem que aquela proposta foi um dos “três factos” que marcou os três primeiros meses do ano. E realçam o início de uma tendência de subida do preço da pasta, que atingiu os 640,5 €/ton, o que corresponde a uma apreciação de cerca de 6% (contabilizada em euros) face ao último trimestre do exercício anterior. No entanto, o preço médio registado no primeiro trimestre de 2016 foi de 693,1€/ton, o que significa que o preço de mercado no trimestre em análise foi 7,6% inferior ao preço registado no período homólogo de 2016.
Lucros de 17 milhões
A Altri SGPS registou, no primeiro trimestre de 2017, um resultado líquido de 17,12 milhões de euros, contra os 25 milhões de euros registados no mesmo período do ano passado, uma queda de 31,8%. A empresa explica estes resultados “sobretudo pelo preço médio por tonelada de pasta, que nos primeiros três meses de 2017 foi 7,6% inferior ao período homólogo e pelos investimentos em realização da Celtejo e que afectam a eficiência da produção daquela unidade”.
Nos primeiros três meses, a Altri vendeu cerca de 274,3 mil toneladas, o que representa um aumento de 8,2% face ao mesmo período de 2016. No primeiro trimestre foram produzidas 264,4 mil toneladas de pasta, mais 5,4% que no período homólogo. As exportações subiram 8% face ao ano anterior, totalizando 250,5 mil toneladas. As receitas totais atingiram, no período, 159,8 milhões de euros, ou seja, menos 1% que em 2016.
No primeiro trimestre de 2017, a Altri continuou o projecto de investimento na unidade industrial Celtejo, com intervenções ao nível da caldeira de recuperação, instalação de redução de vapor e estação de tratamento de águas residuais industriais, o que “implica uma limitação do potencial operativo da fábrica, quer em termos de capacidade de produção, quer em termos de eficiência dos custos de produção. Este investimento deverá ficar concluído no final do primeiro semestre de 2018”, refere a empresa na sua apresentação de resultados enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
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