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Alcácer do Sal pede redução do preço da água de Alqueva para salvar arroz

A autarquia de Alcácer do Sal e os produtores de arroz do concelho estão à procura soluções para viabilizar a produção de arroz em 2018, assolada pela seca. Foram recebidos pelo ministro da Agricultura, no passado dia 31 de Janeiro, e pediram a redução do custo da importação da água de Alqueva.

Capoulas Santos explicou que não consegue, nem tem capacidade para o diminuir. No sentido mais imediato, o ministro comprometeu-se a explorar todos os mecanismos que o Estado prevê e permite em situações de seca severa e que não passam por decisões da União Europeia.

O presidente da Câmara Municipal de Alcácer do Sal, Vítor Proença, foi acompanhado da Associação de Regantes, Associação de Agricultores de Alcácer, Aparroz e Soprasado, tendo ainda sido proposto ao ministro a possibilidade de criação de mais duas barragens na região.

Alcácer produz 30% do arroz nacional

Segundo um comunicado da autarquia, Vítor Proença está “empenhado em lutar pelos orizicultores e pela produção de arroz no concelho, severamente ameaçada pela seca que se vive no País”. Por isso, no encontro com Luís Capoulas Santos, expôs-se a situação de seca e os “riscos bem presentes de não se conseguir produzir arroz em 2018, sendo que o concelho de Alcácer representa 30% da produção nacional”.

A comitiva de Alcácer do Sal recordou que os canteiros começam a encher no final de Abril, início de Maio e a barragem de Vale do Gaio só dispõe de 12% de água e a do Pego do Altar de 9%”.

Solos demasiado salinizados

Autarca e empresários comunicaram ao ministro que, na impossibilidade de produzir arroz, os solos da região, demasiado salinizados, inviabilizam a opção por culturas alternativas com mínimos aceitáveis ou qualquer rendimento.

“A não produção de arroz causaria ainda um prejuízo de 12 mil milhões de euros ao País (que teria de proceder à importação do mesmo), que se faria sentir particularmente na região, nomeadamente na manutenção dos postos de trabalho destas associações”, salienta o mesmo comunicado.

Aqueles responsáveis frisaram ainda que o custo da água tem um peso de 15% nos factores de produção de arroz e que “trazer a mesma de Alqueva aumenta esta percentagem para 65%, o que é incomportável”.

Transportar água de Alqueva

Face a isto, a comitiva propôs a Capoulas Santos que a água de Alqueva seja conduzida às barragens de Vale do Gaio e Pego do Altar, garantindo ser “tecnicamente possível”.

Foi ainda abordada a possibilidade de criação de mais duas barragens, que chegaram a estar projectadas e que permitiriam aproveitar água que não está a ser devidamente usufruída. “Também a água do Sado se poderia aproveitar, convertendo-se em água doce, avançou a comitiva, salientando que teria de construir-se diques onde se separaria a água do seu sal”, acrescenta o comunicado da autarquia.

Capoulas garante apoios extra-UE

No sentido mais imediato, o ministro comprometeu-se a explorar todos os mecanismos que o Estado prevê e permite em situações de seca severa e que não passam por decisões da União Europeia, ao que os agricultores pediram, para os apoiar nos “prejuízos incalculáveis que vão ter, que sejam accionadas linhas de crédito bonificadas, que não estão a ser disponibilizadas aos produtores do Vale do Sado”.

O presidente da Câmara Municipal de Alcácer do Sal informou que vai solicitar uma reunião ao ministro do Ambiente e que vai continuar a dedicar-se a tentar encontrar soluções a médio-prazo e também medidas que minimizem os prejuízos para estes produtores.

Agricultura e Mar Actual

 
       
   
 

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