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Açores investe 170 mil euros em programa de monotorização das pescas

O secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia açoriano destacou ontem, 7 de Junho, na Horta, a importância do Programa de Observação para as Pescas dos Açores (POPA) para a ciência e a economia regionais, acrescentando que é, “antes de mais, um apoio do Governo dos Açores ao sector das pescas”.

“O POPA orienta pescarias, gera ordenados e é parte importante do esforço que o Governo faz na formação de pescadores, neste caso da frota atuneira”, afirmou Fausto Brito e Abreu, sustentando que “o observador [de pescas] não é um polícia, é alguém que partilha a sua experiência com os pescadores, transmitindo conhecimentos sobre várias matérias, como a gestão de resíduos a bordo e outras questões relacionadas com a conservação de ecossistemas marinhos”.

O secretário Regional do Mar, que falava na cerimónia de assinatura do novo acordo do POPA, no âmbito do Fórum Internacional das Pescas dos Açores, defendeu que esta campanha de monitorização é “muito importante para a valorização do peixe dos Açores nos mercados nacionais e internacionais” por garantir os selos ‘Friend of the Sea’ e ‘Dolphin Safe’.

Brito e Abreu referiu, nesse sentido, que o POPA é “um grande apoio à economia dos Açores”, na medida em que “facilita a exportação das conservas” açorianas, acrescentando que contribui também para o arquipélago ser reconhecido como “um dos destinos turísticos mais sustentáveis do mundo”.

“O carácter artesanal das pescas nos Açores é uma mais valia”, frisou, salientando que “é o género de reconhecimento internacional que traz muitos turistas aos Açores e o turismo é um dos principais vectores de crescimento económico da Região na próxima década”.

Apoio à ciência

Para além da vertente económica deste programa, o secretário Regional salientou a importância do POPA no “apoio à ciência” nos Açores, na medida em que há uma recolha sistemática de dados científicos sobre biodiversidade marinha, nomeadamente sobre aves, tubarões baleia, tartarugas marinhas, e sobre vários aspectos das pescas nos Açores que, de outra forma, seria muito difícil obter.

“Não há muitas áreas da ciência que se podem dar ao luxo de ter dados recolhidos sistematicamente desde 1999”, afirmou, apontando também o cruzeiro de demersais como “um património científico dos Açores muito importante”.

“Temos de ter orgulho no POPA, que mantém a recolha sistemática de dados científicos e permite-nos detetar tendências de alteração nas pescas que de outra forma não seriam detetáveis”, sublinhou.

O POPA surgiu em 1998 como resposta à necessidade de monitorização do exercício da atividade da pesca do atum, nomeadamente no que respeita ao controle do tipo de isco utilizado, bem como para a pesca de espécies demersais.

Este estatuto, atribuído a nível internacional pela ONG Earth Island Institute, é desde então concedido à frota e aos produtos da pesca do atum açorianos com base nos resultados deste programa.

Instituído por portaria regional como ferramenta para a gestão e monitorização das pescarias nos Açores desde 1999, o POPA tem fornecido informação para os vários agentes do setor das pescas, nomeadamente pescadores, investigadores e indústria.

Este programa recebe anualmente um apoio financeiro do Governo dos Açores de cerca 170 mil euros e este ano será replicado no arquipélago da Madeira, fruto de um protocolo assinado este ano entre os dois governos regionais.

O POPA envolve o Governo dos Açores, o IMAR, a Associação de Produtores de Atum e Similares dos Açores (APASA), a Pão do Mar e a Earth Island Institute.

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